BÍBLIA

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

SERIÉ ELEMENTOS DA TEOLOGIA BÍBLICA (03)

3. A NATUREZA DE DEUS E SEUS ATRIBUTOS 


Para começarmos

Deus é um espírito infinito e perfeito em quem todas as coisas tem sua origem, sustentação e fim (Jo.4:24; Ne.9:6; Ap.l:8; Is.48:12; Ap.1:17). 

Quando falamos em essência de Deus, queremos significar tudo o que é essencial ao Seu Ser como Deus, isto é, substância e atributos.
 

Quem é Deus? O que constitui a natureza divina? Qual é o modo de ser de Deus? Estas perguntas nos levam à sarça ardente e à terra santa. Nós devemos caminhar suavemente, andar humildemente e evitar suposições. Mas podemos ir até onde a revelação divina for.


Existe realmente uma natureza divina. Com a palavra “natureza” indicamos as características que diferenciam um ser dos demais. Falamos, portanto, da natureza angélica, da natureza humana e da natureza das bestas feras. 

A possibilidade de falarmos da natureza de Deus foi sugerida pelo apóstolo Paulo quando disse que os gálatas, antes de serem convertidos, serviam aqueles que por natureza não eram deuses. Gálatas 4:8. Isto claramente implica a existência de alguém que por natureza é Deus.

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Atributos Naturais de Deus: 

 Espírito, cognoscível (jamais foi visto), eterno, onipotente, onipresente, onisciente, sábio e infinitamente mais.

Atributos Morais de Deus  :


 Fiel, verdadeiro, bom, paciente, amoroso, gracioso e misericordioso (se Ele que é perfeito perdoa, quem somos nós para não perdoar?), santo, reto e justo.


3.1 A vida de Deus

Deus tem vida; Ele ouve, vê, sente e age, portanto é um Ser vivo (Jo.10:10; Sl.94:9,l0; IICr.16:9; At.14:15; ITs.1:9). Quando a Bíblia fala do olho, do ouvido, da mão de Deus, etc., fala metaforicamente. A isto se dá o nome de antropomorfismo. Deus é vida (Jo.5:26; 14:26) e o princípio de vida (At.17:25,28). 

Definição do termo : Antropomorfismo 

1. O Antropomorfismo é um conceito filosófico que está associado as formas humanas, ou seja, ele atribui características, sejam físicas, sentimentos, emoções, pensamentos, ações ou comportamentos humanos aos objetos inanimados ou seres irracionais.
Em outras palavras, o antropomorfismo atribui caraterísticas humanas aos seres de natureza não humanas. Do grego, o termo “antropomorfismo” é a junção dos termos “anthropo” (homem) e “morfhe” (forma)(todamateria.com.br).


2. forma de pensamento comum a diversas crenças religiosas que atribui a deuses, a Deus ou a seres sobrenaturais comportamentos e pensamentos característicos do ser humano.

 
A expressão “EU SOU” (Êx 3.14) já seria suficiente para atestar a vida de Deus. Porém, inúmeras outras passagens bíblicas reiteram Sua existência, como em Hebreus 11.6, que diz que “é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe...”.  

Jerônimo disse: Deus é a origem de Si mesmo e a causa de Sua própria substância. Jerônimo estava errado, pois Deus não tem causa de existência, pois não criou a Si mesmo e não foi causado por outra coisa ou por Si mesmo; Ele nunca teve início. Ele é o Eterno EU SOU (Ex.3:14), portanto Deus é absolutamente independente de tudo fora de Si mesmo para a continuidade e perpetuidade de Seu Ser. Deus é a razão de sua própria existência (Jo.5:26; At.17:24-28; ITm.6:15,16).
 


Deus é a própria vida (Jo 5.26): dEle, nEle, por Ele e para Ele emana tudo e todos os seres criados, animados e inanimados. Todos nós dependemos de pelo menos duas pessoas para existir - nossos pais. Deus não, Ele existe por si mesmo. Eis porque Ele pode, com autossuficiência, dizer de si próprio: “Eu sou o que sou”. Apesar de ser uma realidade espiritual, Deus pode assumir qualquer forma visível, entretanto homem algum jamais viu sua face (Êx 33.20; Mt 1.23; 11:27; Jo 1.18). A Bíblia apresenta Deus como um Ser supremo, vivo e Todo-Poderoso que faz com que as coisas aconteçam de acordo com a Sua vontade (Jr 10.10-16).

 No Antigo Testamento, era comum os profetas falarem da existência de Deus comparando-a com a de os deuses pagãos. Exemplos: 1. Moisés disse que o Deus vivo falou do meio do fogo (Dt 5.26); 2. Davi disse que Golias estava afrontando os exércitos do Deus vivo (ISm 17.36); 3. Ezequias disse que Rabsaqué, mensageiro do rei da Assíria, fora enviado para afrontar o Deus vivo (2Rs 19.4). 

Quanto à vida de Deus no Novo Testamento, encontramos os seguintes registros: a) Pedro declarou ser “...Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16); b) Paulo exortou os habitantes de Listra a se converterem ao Deus vivo (At 14.15); c) Paulo declarou que os cristãos de Tessalônica haviam deixado os ídolos, convertendo-se ao Deus vivo (lTs 1.9); d) Paulo chama a Igreja de propriedade do Deus vivo (lTm 3.15); e) Paulo diz termos postos a nossa esperança no Deus vivo (lTm 4.10)(EETAD).

3.2 A espiritualidade de Deus 

Deus, sendo Espírito, é incorpóreo, invisível, sem substância material, sem partes ou paixões físicas e, portanto, é livre de todas as limitações temporais (Jo.4:24; Dt.4:15-19,23; Hb.12:9; Is.40:25; Lc.24:39; Cl.1:15; ITm.1:17; IICo.3:17) 

 possui personalidade plena, podendo ter uma comunhão direta com Suas criaturas, feitas à Sua imagem.

Ninguém jamais viu a essência de Deus (Jo 1.18). Deus pode manifestar-se em forma corpórea, o que chamamos de “Teofania”.  No Antigo Testamento, Deus apareceu em forma de anjo - anjo do S enhor (Gn 16.9); “Anjo” da Sua presença (Êx 32.34; 33.14); “o anjo da Aliança” (Ml 3.1).

3.3 A personalidade de Deus 

Personalidade é o conjunto das características que define a individualidade de uma pessoa.

A personalidade de Deus bem definida : Existência  dotada de auto-consciência (autoconsciência é a característica lógica da consciência de ser, constitutivamente, consciência da consciência. Não há consciência sem autoconsciência) e auto-determinação (ou  independência, AUTO-EXISTÊNCIA/Ex.3:14; Is.46:11). 

Asseidade ou auto-existência de Deus:

Esta qualidade também pode ser conhecida como independência. Deus tem um propósito único para todas as coisas e seus desejos nunca se contradizem ou são conflitantes, não exerce jamais uma permissão passiva, pois Ele é o autor de todas as coisas sem exceção; Ele nunca está em conflito consigo mesmo, não muda sua vontade nem pretende querer o que não quer.

A asseidade de Deus, também pode ser vista como aquela qualidade a partir da qual, ao mesmo tempo em que Ele é absolutamente independente, todas as outras coisas se fazem dependentes dele. 

Em relação a Deus, a revelação da Sua personalidade se deu já pelos vários nomes e títulos dados a Ele que muito revelam Seu caráter : 

a) Eu Sou (Êx 3.14);

 b) Jeová-Jiré = O Senhor proverá (Gn 22.13,14);

 c) Jeová-Nissi = O Senhor é minha bandeira (Êx 17.15);

 d) Jeová-Rafá = O Senhor que sara (Êx 15.26); 

e) Jeová-Shalom = O Senhor é nossa paz (Jz 6.24);

 f) Jeová-Raa = O Senhor é meu pastor (SI 23.1); 

g) Jeová-Tisidiquênu = Senhor, Justiça Nossa (Jr 23.6); 

h) Jeová-Sabaot = O Senhor dos Exércitos (ISm 1.3);

 i) Jeová-Samá = O Senhor está presente (Ez 48.35);

 j) Jeová-Elion = O Senhor Altíssimo (SI 97.9);

 k) Jeová-Mikadiskim = O Senhor que vos santifica (Êx 31.13). 


A  personalidade de Deus pode sr revelada pelos pronomes que a Bíblia revela :  Tu e Te (Jo 17.3) eEleelO (SI 116.1,2).

Pelas características pessoais a ele atribuida :   tristeza (Gn6.6); ira (lRs 11.9); zelo (Dt6.15); amor (Ap3.19); e ódio (Pv6.16).

Pelo relacionamento que mantém com o Universo e com os homens: como Criador de tudo (Gn 1.1); como Preservador de tudo (Hb 1.3); como Benfeitor de todas as vidas (Mt 10.29,30); como Governador e Dominador das atividades humanas (Rm 8.28) e como Pai de Seus filhos espirituais (G1 3.26)(EETAD).
3.3 A eternidade de Deus 
 
Do princípio ao fim, a Bíblia nos mostra que Deus não tem princípio nem fim de dias: é um Deus eterno (Gn 1.1; Dt 33.27,SI 90.2; Ef 3.21). 

Definição do termo : eternidade 


A POSSE TOTAL, SIMULTÂNEA E PERFEITA DE UMA VIDA
INTERMINÁVEL  (
Tomás de Aquino)


Nas Sagradas Escrituras, a palavra eternidade é usada em três sentidos diferentes: o figurado, o limitado e o literal. O tempo cronológico tem passado, presente e futuro. Deus não é assim. Para Ele, o passado e futuro se fazem no eterno presente.
 

Mais sobre a eternidade de Deus


Capítulo 5 do livro UM RETRATO DE DEUS


Deus é eterno em duração. No Salmo 90: 2, Moisés expressa esta verdade ao dizer: Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus. Esta passagem nos ensina que o mundo teve um começo, que deve a sua existência a Deus, o Criador, e que Deus já existia antes da formação do mundo.

Além disso, aprendemos que somente Deus é eterno, e nenhuma outra coisa ou pessoa possui o atributo da eternidade. Deus existe em um estado permanente, sem sucessão. Obviamente, este verso restringe as criaturas ao tempo, pois fala que a eternidade foi dividida em duas partes, ou seja, a eternidade passada e a eternidade futura, de eternidade a eternidade.

É muito difícil para nós alcançarmos o conceito da eternidade como um todo. O tempo tem início e fim. A eternidade é contrária ao tempo, pois é de infinita e imutável duração, sem fronteiras. Se Deus tivesse um começo, poderia ter um fim, e isso também ocorreria com toda a nossa esperança, felicidade, e existência! A eternidade de Deus é o fundamento da estabilidade de todas as Suas alianças relacionadas aos homens.

Muitas vezes as palavras Eterna (para sempre) e Eternidade são utilizadas nas Escrituras com referência a outras coisas além de Deus. Mas neste caso, tais palavras devem ser entendidas como que falando num sentido relativo. Às vezes elas descrevem algo de longa duração, mas que teria um fim, como o servo cuja orelha era perfurada, e que serviria para sempre (Deuteronômio 15: 17), mesmo que tal serviço se encerrasse com a morte.

Outras vezes, estes termos descrevem algo que não tem fim, mas que teve um começo, como a condição eterna das almas e dos anjos. Eles não eram nada antes de serem criados, mas nunca mais voltaram a serem nada novamente. Entretanto, quando falamos da eternidade de Deus, estamos falando de algo que é único e singular a Ele.

I. DE QUE MANEIRA DEUS É ETERNO.

A eternidade é um conceito negativo, ou seja, nós podemos definir melhor o que ela não é, do que de fato ela é. Esta mesma verdade também se aplica a outros atributos ou perfeições de Deus, devido as nossas limitações como criatura. Ser eterno significa não estar limitado ao tempo, pois sua duração não tem fim. Vamos destacar alguns aspectos da eternidade como um atributo de Deus.

Deus não tem princípio. Deus já existia antes do princípio, de acordo com Gênesis 1: 1. É impossível estabelecer um começo antes do tempo. O tempo começa com a fundação do mundo, mas Deus já existia antes do tempo, e, portanto, não teve princípio. Além do tempo, só existe a eternidade. E nada na eternidade poderia ter um começo, senão não seria eterno. Tudo que tem um começo depende daquilo que o trouxe a existência. Deus é independente. Ele não depende de ninguém para o Seu começo ou existência. Ele não criou a Si mesmo, mas é necessariamente Auto-existente. Esta existência eterna de Deus não poderia ser de outra forma.

Deus não tem fim. O salmista declara: Porém tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim (Salmo 102: 27). Como ninguém O trouxe a existência, ninguém há que possa tirar isso dEle. Não há fraquezas em Deus que possam provocar qualquer tipo de corrupção em seu ser. Ele é o único que é imortal por natureza. Aquele que tem, ele só, a imortalidade (I Timóteo 6: 16). Todas as criaturas que são eternas dependem dEle para que sejam imortais. Ele pode facilmente nos criar ou nos aniquilar. Mas ninguém pode aniquilar a Deus, pois Ele não depende de ninguém para Sua imortalidade.
Não há uma sucessão em Deus. A primeira parte do Salmo 102: 27 diz: Porém tu és o mesmo. 

Deus não somente é o mesmo, como permanece sendo o mesmo em Sua existência. Como isso é diferente quanto a nós! Nós mudamos com o tempo, pois algo nos é adicionado ou perdido a cada dia. Você está envelhecendo enquanto lê esta página! Embora algumas coisas permaneçam imutáveis por algum tempo, ainda assim estão em constante movimento, como um rio que corre. Mas Deus está acima do tempo, e o tempo não tem nenhum efeito sobre Ele. Não há sucessão em Seus pensamentos, Ele vê tudo ao mesmo tempo. Embora haja sucessão e ordem nos eventos que se desencadeiam no tempo, não há, entretanto, uma sucessão no conhecimento de Deus no que diz respeito a esses eventos. Embora Deus tenha decretado a ordem dos eventos, enxerga todos eles ao mesmo tempo. Em outras palavras, não há sucessão nos decretos de Deus, embora haja uma sucessão na execução desses decretos. Deus conhece tudo ao mesmo tempo e decreta tudo.

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Deus é eterno em Si mesmo. Não há conceito de eternidade à parte de Deus. Se Deus não existisse, não haveria eternidade existindo separadamente, pois todas as coisas, inclusive a própria eternidade, procedem de Deus. Da mesma forma, por Ele ser eterno, todas as Suas perfeições também são eternas. Se alguma coisa necessária a sua existência cessasse por apenas um só momento, então Ele não poderia ser um Deus eterno.

II. DEUS É NECESSARIAMENTE ETERNO.

Devemos humildemente confessar que o nosso entendimento neste assunto é limitado. Não há comparação entre tempo e eternidade. Entretanto, a Palavra de Deus desce ao nosso nível quando fala em eternidade. Novamente, o Salmo 102: 27 declara: os teus anos nunca terão fim. Até mesmo esta passagem se adapta nossa capacidade limitada, ao se referir a algo que nossa compreensão alcança, ou seja, anos. É claro que não deveríamos literalmente atribuir “anos” Àquele que é eterno. Vamos examinar algumas razões pelas quais Deus deve ser considerado Eterno.

O próprio nome pelo qual Deus é conhecido reivindica Sua eternidade. O nome Jeová confirma a Sua constante presença. Ele disse a Moisés que o Seu nome era “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3: 14). Isto é, o Seu nome é uma indicação de que não existe nem passado e nem futuro para Ele. Quando lemos a Seu respeito como Aquele que é, e que era, e que há de vir (Apocalipse 1: 8), entendemos mais uma vez que estes termos são mais apropriados a nossa fraqueza de pensamento do que a Sua grandeza. Ele é um mar ilimitado de existência, uma vida infinita, uma presença eterna. Não há absolutamente nenhum ponto em que Ele estivesse e que não esteja agora, e o que Ele era, Ele é e sempre será. Seu nome nunca será mudado para EU NÃO SOU!
Deus tem vida em si mesmo (João 5: 26). 

Vida é essencial à Sua essência. Ele dá vida, mas não recebe vida. Seria impossível Ele não viver. A Sua existência é diferente da nossa. Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração (Atos 17: 28), mas não há ninguém que lhe dê vida, movimento, e existência. Ele é necessariamente auto existente, e aquilo que é auto existente, existe eternamente.

A imutabilidade de Deus exige que Ele seja eterno. Se ele tivesse passado de um estado de não existir para existir, uma mudança dramática teria ocorrido. Se Ele tivesse mudado do passado para o presente, ou do presente para o futuro, então haveria nEle mudanças. Sua eternidade é um escudo contra toda mutação. Vamos tratar mais da imutabilidade de Deus no próximo capítulo.

A infinitude de Deus exige que Ele seja eterno. Como Ele poderia ser infinitamente perfeito e finito em duração? Ser finito é a maior das imperfeições. Mas nada pode ser adicionado ou subtraído dAquele que é eterno.

O poder soberano de Deus exige que Ele seja eterno. As Escrituras unem este dois conceitos em Apocalipse 1: 8, Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso. Se Deus veio a existir em um determinado ponto, então o veio também o seu poder, o que significa que havia um ponto em que não havia poder algum nEle. Onde não há existência, não há poder. Onde não há poder, não há onipotência.

Se Deus não fosse eterno, então Ele não poderia ser a causa de todas as coisas. Somente aquilo que existe antes de tudo, é que não tem começo nem fim, pois existe por si mesmo. O fundador tem que existir antes da fundação. Se não existisse nada antes da eternidade, também não existiria nada agora no tempo. Se Deus não fosse um ser eterno, não haveria nenhum ser agora no tempo. Até mesmo um tolo não tentaria defender noções tão estúpidas e contrárias a existência eterna de Deus! Temos que admitir essa existência eterna, ou entraremos num labirinto sem esperança e cheio de contradições. Simplesmente aceite que tem que haver uma eterna e pessoal primeira causa.

III. SOMENTE DEUS É ETERNO.

I Timóteo 6: 16 diz claramente que o atributo da imortalidade pertence unicamente a Deus. Aquele que tem, ele só, a imortalidade. Isso também é uma indicação de que a eternidade é um atributo exclusivo de Deus. A existência eterna das criaturas não é intrínseca a elas, mas uma doação do Seu Criador. Nossa existência é precária e totalmente dependente do Doador da Vida, tanto agora como eternamente. Nada do que foi criado pode ser eterno no sentido pleno da palavra. Aquilo que em algum tempo não existia, não pode ser eterno. Aquilo que antes não existia e que passou a existir é mutável, e, portanto não é eterno. Nenhum efeito produzido pela vontade de uma causa voluntária pode ser igual à duração desta causa. Todas as coisas que foram criadas são finitas, o que as impede de serem eternas, pois a eternidade é infinita. Sendo assim, a eternidade propriamente pertence só a Deus.


O que devemos aprender deste atributo?

I. INFORMAÇÃO.

Cristo é Deus. A eternidade é um atributo do Filho de Deus, como Colossenses 1: 17 declara: E ele é antes de todas as coisas. O verso anterior nos diz que nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. Já que a eternidade pertence somente a Deus, e a Bíblia nos diz que Cristo é eterno, então Cristo certamente é Deus. No Velho Testamento, o sacerdote Melquisedeque prefigurou a Cristo em Sua eternidade, e o escritor de Hebreus declara esta verdade ao dizer: não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. (Hebreus 7: 3). O próprio Cristo falou da glória que ele tinha com o Pai ante da fundação do mundo (João 17: 5). O profeta Miquéias fala da vinda do Messias como Aquele cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade (5: 2). Assim como a eternidade de Deus é o fundamento de toda religião, assim também a eternidade de Cristo é o fundamento do verdadeiro Cristianismo. Os Seus sofrimentos são a causa da nossa redenção porque Ele sofreu como Deus-homem. Somente Ele poderia padecer tais coisas como essas.

Para Deus tudo é presente. A eternidade é um ponto indivisível, não podendo ser dividida em pontos sucessíveis, como antes e depois. Deus não depende do passar do tempo para adquirir conhecimento. Seu conhecimento é co-eterno com Ele.

É uma grande e ímpia tolice discordar de Deus, questionando Seus decretos e ações.
A eternidade nos separa de Deus e O coloca acima de nós. Somente Ele pode ver o quadro geral do tempo, enquanto nós apenas um pequeno ponto. Assim como um bebê possui pouco entendimento, quando comparado com homens de cabelos grisalhos, muito mais nós, que nem chegamos aos pés da imensa sabedoria de Deus. Já que a eternidade não pode ser compreendida no tempo, então ela não poderia ser julgada por criaturas limitadas ao tempo. O silêncio, ao invés da crítica, é o que nos convém quando tratamos com as coisas pertencentes a Deus, e que estão acima da nossa compreensão. Jó permaneceu em silêncio quando Deus lhe perguntou: Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência (Jó 38: 4). Se reconhecermos a nossa própria pequenez, então reprovaremos a nós mesmos, inclusive quando nos tornamos demasiadamente curiosos quanto aos caminhos de Deus.

Todo pecado é um ataque contra a eternidade de Deus. Todo pecado é uma tentativa de destruir a Deus, de reduzi-Lo a um ser temporal, e de tratá-Lo como se Ele fosse tão desprezível quanto uma mera criatura. Aquele que tenta colocar um fim à glória de Deus, ao obscurecê-la, tenta por um fim à vida de Deus, procurando destruí-la. Todo pecado aponta para uma avaliação equivocada de Deus e de Suas perfeições.

Que terror é estar sob condenação de um Deus eterno! O pensamento a respeito da eternidade de Deus é um terror para os que O odeiam, mas um conforto para os que O amam. Um criminoso tremeria só de pensar que o seu Juiz e Executor vive eternamente. O castigo do perdido será proporcional à grandeza de suas ofensas e à glória de um Deus eterno.

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II. CONFORTO.

O que seria das outras perfeições de Deus sem essa (eternidade)? Se elas fossem apenas temporárias, não poderíamos desfrutar de um consolo permanente.
Pelo fato de Deus ser eterno, Sua aliança também é eterna. Ele confirma a Sua promessa jurando por Si mesmo, isto é, pela Sua própria vida, a qual é eterna (Hebreus 6: 13). Antes da fundação do mundo, Deus prometeu a vida eterna a Seu povo (Tito 1: 2). Esta promessa é boa pelo fato dEle ser eterno por Si mesmo. Ele tem a eternidade nas mãos, e assim as promessas de Sua aliança são firmes e seguras.

Na aliança ou pacto de misericórdia, Deus tornou-se o nosso Deus, como uma possessão eterna. Porque este Deus é o nosso Deus para sempre (Salmo 48: 14). Ele é nosso durante a vida, através da morte, na ressurreição, e por todas as épocas que estão por vir. As bênçãos de Deus para o Seu povo são infindáveis, assim como Ele próprio. Nossa felicidade não poderá perecer enquanto Deus viver.
As bênçãos de Deus para o Seu povo são duradouras, assim como Ele próprio. Elas nunca irão envelhecer, pois não estão sujeitas à passagem do tempo. Na glorificação, não haverá remorso do passado, e nem ansiedade sobre o futuro, como ocorre agora, pois as bênçãos de Deus fluirão incessantemente. Ele pode aumentar o nosso gozo, mas não irá diminuí-lo. Isso será céu, o desfrutar de um Deus infinito e eterno, que não é semelhante a uma cisterna que pode se secar, mas é uma fonte que constantemente jorra.

Em todas as nossas angústias terrenas, A eternidade de Deus deveria nos encorajar. Assim como a revelação EU SOU O QUE SOU foi dada para fortalecer Israel, numa hora de grande necessidade no Egito, assim também o conhecimento dos Seus atributos deveria nos fortalecer. Ele é o grande EU SOU para o Seu povo hoje. Nossos problemas e perseguições não são eternos, e certamente terminarão um dia. Não devermos temer nada que seja meramente temporal, mas antes temer Aquele que é o único Deus eterno.

Ademais, somos confortados ao considerarmos que a eternidade de Deus faz com que as Suas promessas sejam seguras. Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR DEUS é uma rocha eterna (Isaías 26: 4). Nossa confiança nEle deveria se igualar à perpetuidade de Sua eternidade. Assim como Deus não pode morrer, Ele também não pode mentir. Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente (Isaías 40: 8). As promessas mais bem intencionadas dos homens frequentemente falham, por causa dos obstáculos que não podem ser vistos, ou mesmo da morte. Mas Deus vê tudo através de uma perspectiva eterna, e a morte não pode tocá-Lo. Embora algumas de Suas promessas levem milhares de anos para se cumprirem, Deus não retarda a Sua promessa, pois para Ele se passou apenas um dia (II Pedro 3: 8-9). Quem não desejaria esperar apenas por um dia para receber uma benção inefável e gloriosa?

III. EXORTAÇÃO.

Devemos nos arrepender dos pecados que cometemos há muito tempo atrás. O passar do tempo abafa muitos pecados em nossa memória, mas com a presença constante do Deus eterno, eles serão trazidos à tona. Não há um regulamento que limite o sistema de justiça de Deus. Se um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia, então os pecados de vinte anos atrás são vistos como se tivessem sido cometidos há cerca meia hora. Vamos, portanto, ficar profundamente tristes pelo nosso passado, e pelos pecados esquecidos, os quais ainda são um tema atual para Deus.

Devemos ser humildes diante do Deus eterno. Se compararmos a nós mesmos com criaturas inferiores a nós, nosso sentimento de grandeza se inflama, mas comparados a Deus, não somos absolutamente nada. Não somos nem capazes de entender completamente a eternidade de Deus, muito menos expressá-Lo. Devido ao pecado, nos tornamos o mais bruto dos homens em nosso entendimento (Provérbios 30: 2). Não há comparação entre tempo e eternidade. Deus diz: EU SOU O QUE SOU. Mas nós devemos honestamente dizer: Eu não sou o que sou. Isto é, Eu não sou auto existente, eu somente existo porque há um eterno poder sustentador maior do que eu. Lembrem-se, nós somos feitos do mesmo material que os pássaros fazem seus ninhos, que os vermes cavam, e sobre o qual as bestas pisam. A nossa existência terrena é muito, muito breve. Os termos que as Escrituras utilizam para falar da nossa vida incluem: o verme, a erva, a flor, o vapor, e a fumaça (Salmo 22: 6; Salmo 103: 15; Salmo 37: 20; Tiago 4: 14). Todos estes itens desaparecem rapidamente. 

Aos olhos de Deus, até mesmo Matusalém, o homem que mais viveu sobre a face da terra, viveu menos do que um dia! Os anjos, que são tão velhos quanto a terra, tremem diante de Deus, e nós que acabamos de chegar temos o direito de nos comportar com orgulho?
Devemos desviar os nossos olhos das coisas temporais e mundanas. Ousamos preferir o prazer momentâneo ao invés do Deus eterno? Que loucura, preferir uma gota de orvalho a plenitude de um oceano! A terra toda não tem mais do que uma semana de vida aos olhos de Deus. Que maldade permitir que nossas afeições e confiança sejam depositadas nas coisas terrenas! Todas as coisas neste mundo estão no processo de se acabar (I João 2: 17). Porque a aparência deste mundo passa, diz o apóstolo (I Coríntios 7: 31). Nada aqui pode nos satisfazer. Fomos feitos para termos comunhão com Deus, e nada pode verdadeiramente preencher nossos corações famintos. Aqueles que vivem somente para as coisas temporais, descem ao nível mais baixo de sua própria natureza, deixando de se comportar como homens. Eles passam por este mundo, mas arderão em chamas no fogo eterno, que nunca se apaga.

Nós deveríamos meditar com muito mais frequência nos atributos de Deus. Este é um dos assuntos fundamentais da religião. Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém (I Timóteo 1: 17). Que conforto encontraríamos em qualquer uma das perfeições de Deus se Ele fosse sujeito a expirar? Por outro lado, que prazer duradouro podemos esperar do pecado? Meditar na eternidade de Deus deveria fazer com que o pecado não tivesse nenhuma chance de se apegar a nós. Flertar com os prazeres do pecado parece ridículo quando colocamos isso na balança da eternidade de Deus.

Finalmente, pelo fato de Deus ser eterno, Ele é digno de nossas afeições mais sublimes e de nossos sentimentos mais profundos. Devemos olhar para Ele como sendo digno, não somente por causa do que Ele é para nós, mas por aquilo que Ele é em Si mesmo. A eternidade é uma qualidade extraordinária de se possuir. Nós, criaturas do tempo, deveríamos ficar maravilhados com Deus da eternidade. Além disso, deveríamos servi-Lo com alegria. Já que Deus é eterno, Ele merece nosso louvor contínuo. Vamos dizer como o salmista: Cantarei ao SENHOR enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu tiver existência (Salmo 104: 33). O Ancião de Dias tem tanto o conhecimento eterno, para nos lembrar de nosso serviço a Ele, quanto a bondade eterna, para nos recompensar por isso.







Autor: Stephen Charnock 
Compilado para o seculo 21: Daniel A. Chamberlin, Pastor (covenantbcl@cs.com)
Tradução: Eduardo Cadete 2011 
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

  

 Indo um pouco mais 


A Filosofia racional de Aristóteles que nomeia as causas e categorias para buscar por meio da metafisica a confirmação da causa inicial e final é: DEUS. Ou seja, para encontrar a substância primeira ou a existência de Deus, Aristóteles recorre para uma análise investigativa sobre a primeira navegação nome que os próprios clássicos cunharam para a metafisica, como princípio onde tudo foi gerado.

 A partir de então, surge o conteúdo especulativo por via do entendimento mítico para o racional, já que, a racionalidade possui uma lógica de raciocínio entre o imaginar, o pensar e o agir, desta maneira a atribuição poderia partir do meio sensível para o juízo das ideias. Contudo, Deus passa de uma ideia para ser uma concretização por via da racionalidade do homem, ou seja, Deus passa a ser um atributo real para os homens que utilizam da racionalidade como atividade do pensamento. Neste sentido, as vertentes que unem este entendimento se constroem numa Fé já existida no intimo do homem, de maneira que, a interpretação da realidade existida, passa a ser uma só realidade tanto empírica quanto metafisica, o que torna uma oportuna realidade dependente da questão espiritual. Isso é possível? Os termos espirituais não são contraditório e racionalmente inversos ao conceito humano na tese aristotélica? Logo, à questão metafisica existe para consolidar um pensamento que há vários séculos intervêm como algo enigmático ao ser: Deus. 

Aristóteles lança uma luz para o pensamento teológico de sua época “O livro XII é considerado com razão como a pedra de remate da metafisica. Aristóteles deu o nome de “Teologia” a mais alta das ciências, a ciência daquela espécie de ser que reúne em si a existência substancial, autossuficiente, com a isenção de toda mudança; e nesse livro que encontramos o seu único ensaio sistemático de teologia.

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 A metafisica de Aristóteles lança uma luz valiosa sobre as ideias teológicas e, outra em que visivelmente, procura acomodar-se às ideias de sua época, principalmente na questão mitológica. Em seus primeiros escritos parece ter apresentado “provas da existência de Deus” Metafisica de Aristóteles. Mesmo vivendo em uma época cujo predomínio era cultuar os deuses do olimpo, Aristóteles se viu com a intersecção de pensar em um único Deus, eterno e existente para o mundo.

 Com as causas esta análise flui do sensível para o inteligível, com nuança de cifrar os acordes da harpa divinal, provar o eterno por meio de palavras em que se situa as margens do conhecimento do homem, pela mutabilidade o homem e o ser eterno, pelo processo que ele mesmo determina, desse modo, a porção que limita está estabelecida ao homem, enquanto que a definição de Deus é o pensamento do pensamento humano. Aristóteles comenta: “Esta conclusão é confirmada pela experiência, que nos põe diante dos olhos uma coisa a mover-se com incessante movimento circular, a saber: o céu estrelado. Ora, aquilo que move e é movido representa um termo médio que nos pode satisfazer; deve haver algum ser que se mova sem ser movido. E esse ser que a experiência nos aponta é certamente o ser eterno, substancial, puramente atual, cuja a existência já foi provada”. Metafisica de Aristóteles.    

3.4 A imutabilidade de Deus


Imutabilidade é a perfeição através da qual Deus não está sujeito a qualquer mudança no Seu Ser, Sua natureza, Sua essência, Sua perfeição, Seus propósitos e promessas (Tg 1.17, Êxodo 3.14; Malaquias 3.6; Tiago 1.17).



DEUS É IMUTÁVEL EM SUA ESSÊNCIA.




O Ser de Deus não se altera, não passa por mudanças. Deus é  o mesmo ontem, hoje e será eternamente. Deus é o mesmo desde a eternidade. Sua essência permanece intacta. Deus é perfeito e não precisa de mudanças para melhorar em nenhum aspecto.
Portanto, cumpre o que a Bíblia diz: “Deus não é homem para que minta; nem filho do homem para que se arrependa.” (Nm 23.19).
Sobre arrependimento 
 Deus se Arrepende?como entender isso?
Deus não se arrepende, mas na Bíblia existem textos que parecem afirmar que Deus se arrepende. Então diante da dificuldade em explicar o arrependimento de Deus, algumas pessoas pensam que essa discussão representa alguma contradição bíblica.
Mas na Bíblia não há qualquer erro, falha ou contradição. É verdade que para compreendermos plenamente este assunto, seria necessário que pudéssemos explicar totalmente o ser de Deus, sua mente e seus atributos. Claro que isto é impossível ao homem. No entanto, um estudo cuidadoso de alguns textos bíblicos nos ajudam a entender claramente se Deus se arrepende ou não.

A Bíblia diz que Deus se arrepende?

Encontramos várias referências sobre um tipo de arrependimento de Deus em diferentes livros da Bíblia (Gênesis 6:5-7; Êxodo 32:12; 1 Samuel 15:10,11,35; 2 Samuel 24:16; Jeremias 18:7,8; Jonas 3:10). Dentre estas referências, vamos utilizar o texto de 1 Samuel como exemplo para analisarmos o assunto.
Então veio a palavra do Senhor a Samuel, dizendo:
Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras. Então Samuel se contristou, e toda a noite clamou ao Senhor.
E nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o Senhor se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.
(1 Samuel 15:10,11,35)
Como foi dito, também existem várias referências bíblicas que afirmam categoricamente que Deus não se arrepende de forma alguma (Números 23:19; 1 Samuel 15:29; Oseias 13:14; Tiago 1:17). Citaremos como exemplo aqui um texto do livro de 1 Samuel.
E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um homem para que se arrependa.

Como explicar o arrependimento de Deus?

Para respondermos a pergunta se Deus se arrepende, devemos considerar dois princípios fundamentais que nos ajudam a entender este assunto. Vejamos:
Em primeiro lugar, é comum os autores bíblicos
 usarem figuras de linguagens com referência a Deus.
 Em várias partes eles precisaram descrever 
certas características do próprio Deus de uma forma 
compreensível aos leitores de várias épocas diferentes.
Então sob este aspecto podemos falar de dois recursos literários muito utilizados na Bíblia: antropomorfismo e antropopatismo. Essas duas palavras referem-se a figuras de linguagem utilizadas em alguns textos bíblicos para descreverem Deus como se Ele possuísse formas, propriedades, características ou sentimentos humanos.
Esse recurso foi bastante utilizado na Bíblia. Obviamente nosso vocabulário não é capaz de descrever plenamente um Deus que é indescritível. O arrependimento de Deus se encaixa nessa característica. Quando algum texto bíblico mostra Deus arrependido de alguma forma, na verdade ele está indicando um sentimento incompreensível para nós.
Portanto, em segundo lugar, podemos entender que Deus não se arrepende como o homem. Isso significa que esse arrependimento de Deus mencionado na Bíblia em nada tem a ver com o arrependimento humano. O homem se arrepende pela falta de conhecimento sobre o futuro. Quando o homem se arrepende, ele simplesmente expressa seu desejo de jamais ter feito certa coisa. É como se ele dissesse: “Se eu pudesse voltar atrás com certeza faria diferente”.
Mas Deus não pode se arrepender pela ignorância sobre o futuro. Deus conhece exaustivamente todas as coisas, e seus propósitos são eternos. Então fica fácil perceber a grande diferença que há entre o arrependimento de Deus e o arrependimento humano. Se pudesse, certamente uma pessoa arrependida mudaria o que foi feito; mas Deus jamais mudaria o que Ele próprio fez, mesmo que isso lhe represente algum descontentamento.

O arrependimento de Deus e as traduções bíblicas

Como podemos falar que Deus se arrepende se Ele é onisciente? É impossível que Ele seja surpreendido! Deus é o criador e o sustentador de todas as coisas. Ele conduz a História segundo os seus propósitos soberanos. Todavia, ao mesmo tempo em que Ele determinou e conhece todas as coisas, Ele também se mostra um Deus pessoal, que sabe responder às ações e atitudes humanas; Ele atribui responsabilidade moral sobre tudo o que é feito pelo homem.
Então em cada passagem bíblica que fala sobre o arrependimento de Deus, é preciso considerar o seu contexto. Isto lança luz sobre o entendimento correto do texto. Alguns intérpretes discutem se a palavra “arrependimento” de fato seria a melhor palavra para expressar certo sentimento de Deus.
A palavra “arrependimento” na Bíblia traduz algumas palavras hebraicas geralmente provenientes da raiz naham. Dependendo do contexto de cada referência bíblica, tais palavras podem significar: mudança de ideia; mudança de atitude; mudança de plano; entristecer; lamentar; e até mesmo confortar ou tranquilizar alguém em relação a um determinado acontecimento. Então talvez outra palavra nas traduções bíblicas, como por exemplo “lamentar”, seria mais apropriado para facilitar o entendimento das pessoas com relação ao arrependimento de Deus.

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  Jamais Deus se arrepende
Com base no que já destacamos, podemos afirmar com propriedade que Deus não se arrepende e jamais muda. Então esse arrependimento divino mencionado em alguns textos bíblicos, em nada se parece com o nosso arrependimento.
Voltando ao texto de 1 Samuel 15, podemos entender com clareza esse ensino. No versículo 11 o autor declara que Deus se arrependeu de ter colocado Saul como rei. Mas no versículo 29 do mesmo capítulo o escritor bíblico afirma indiscutivelmente que Deus não se arrepende de forma alguma. O escritor destaca que Deus não é homem para que se arrependa, ou seja, ele reforça o princípio de que a ideia de arrependimento dos versículos 11 e 35, não se trata de nenhum sentimento conhecido pelo homem.
Quando analisamos de forma mais detalhada a situação descrita no capítulo 15 de 1 Samuel, podemos notar que essa atitude de Deus para com Saul foi devido ao comportamento desobediente do monarca. Em 1 Samuel 12:14, Deus fala de forma específica sobre qual deveria ser o comportamento tanto do povo, quanto do rei de Israel.
Isso não significa que o comportamento humano ocasionou uma mudança em Deus; mas significa que Deus reage às nossas ações de forma providencial. Diante da desobediência de suas criaturas, Deus age de uma forma; já diante da obediência delas, Ele age de outra forma. Quando lemos a história do profeta Jonas, percebemos que foi assim com o povo de Nínive (Jonas 3:10).
De forma resumida, a mudança não ocorre em Deus, mas na relação do homem para com Ele; e Ele reage a essa mudança justamente por ser imutável. Vejamos melhor isto no exemplo a seguir.

Como Deus se arrependeu de ter criado o homem?

Muita gente fica em dúvida sobre se Deus se arrepende ao ler o capítulo 6 do livro de Gênesis. Esse capítulo diz que Deus se arrependeu de ter criado o homem. Entretanto, devemos nos lembrar de que em Gênesis 3:15 Deus já menciona pela primeira vez o plano de salvação. Segundo a Bíblia, esse plano foi concebido pelo próprio Deus antes da fundação do mundo, ainda na eternidade (Efésios 1). Assim, o texto de Gênesis 6 não revela uma possível variação em Deus, ao contrário, ele prova a imutabilidade de Deus.
Ao mesmo tempo em que Deus lamentou a criação do homem devido o comportamento daquela civilização iníqua, e trouxe juízo sobre aquele povo; Ele também preservou a humanidade através da família de Noé, nos mostrando que Ele não muda e sempre permanece fiel ao seu propósito eterno. Se Deus se arrependesse como nós, Gênesis 6 teria sido o fim da raça humana.

Um exemplo de como seria o arrependimento de Deus

Não há um exemplo perfeito para explicar o arrependimento de Deus. Mas alguns comentaristas sugerem um exemplo que pode ajudar a entender a ideia de como é que Deus se arrepende. Eles usam a figura de um pai que possuí um caráter exemplar, mas que um de seus filhos cometeu um crime. Ao descobrir o delito do filho, esse pai entrega o próprio filho às autoridades.
Ao mesmo tempo em que esse homem se lamenta pela atitude que precisou tomar com relação ao filho, ele também está totalmente satisfeito com tal atitude. O pai de bom caráter sabe que ele fez o correto ao entregar seu filho criminoso para pagar pelo delito cometido; e se tivesse que fazer novamente, o pai faria a mesma coisa sem pensar duas vezes.
Concluindo, a melhor maneira de responder a pergunta sobre se Deus se arrepende, é apontando para a soberania de Deus e reconhecendo nossa limitação diante de um Deus imutável, infalível e conhecedor de todas as coisas, cujo propósito jamais pode ser frustrado. Nossa capacidade de raciocínio não é suficiente para entender a coerência que há em Deus. Portanto, só nos resta concordar com Tiago quando diz que em Deus “não há mudança nem sombra de variação” (Tiago 1:17).(estiloadoracao.com.br).

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3.5  A onisciência de Deus
 A Bíblia afirma que Deus é perfeito em todo o conhecimento e sabedoria (Is 40.28). Seu conhecimento é imensurável (SI 139, 147.5; Mt 10.29,30). 
Definição do termo: Onisciência
1. A palavra onisciência deriva de duas palavras latinas, omnis e scientia, e significa conhecimento de tudo, isto é, Deus tem o conhecimento sobre todas as coisas(EETAD).
2. Onisciência é uma palavra utilizada para explicar o ensino bíblico de que Deus conhece plenamente e perfeitamente todas as coisas. 

 Entender o que é onisciência nos ajudar a conhecer um pouco mais sobre o nosso Deus, pois ser onisciente é uma de Suas qualidades.
A palavra onisciência possui origem latina e é formada pela combinação de omni, “todo” ou “completo”, e scientia, que significa “conhecimento”. Logo, basicamente ser onisciente é saber de tudo.
Veja esse artigo muito bom  

O que é Onisciência? Como Deus é Onisciente?

O significado de onisciência na Bíblia

A palavra onisciência não aparece na Bíblia, mas é muito bem aplicada em sua forma nominal ou adjetiva na teologia para se referir à infinita sabedoria de Deus. Ele conhece tudo, em cada detalhe e possibilidade o tempo todo.
Apesar de a Bíblia não usar o adjetivo onisciente, ela nos diz que os olhos do Senhor estão em toda a parte, ou seja, nada escapa de Seu conhecimento (Jó 24:23; Sl 33:13-15; 139:13-16; Pv 15:3; Jr 16:17). Ele conhece o momento exato em que um passarinho cai (Mt 10:29), bem como o número preciso de fios de cabelo na cabeça de cada pessoa no mundo (Mt 10:30).

Deus sonda os pensamentos e as intenções do coração do homem (Sm 16:7; 1RS 8:39; 1Cr 28:9; Sl 139; Jr 17:10; Lc 16:15; Rm 8:27; Ap 2:23). Ele conhece exaustivamente o futuro, tanto quanto conhece o passado e o presente. A onisciência de Deus também abrange todas as possibilidades, ou seja, Ele tem ciência de todos os acontecimentos possíveis que nunca ocorreram, e sabe perfeitamente qual teria sido o impacto na História se cada uma dessas possibilidades tivessem sido concretizadas (1Sm 23:9-13; 2Rs 13:19; Sl 81:14-15; Is 48:18; Mc 11:21).

A onisciência é um dos atributos incomunicáveis de Deus, ou seja, apenas Ele é quem é verdadeiramente onisciente. Qualquer outro ser que advoga para si a condição da onisciência é mentiroso e enganador. Portanto, homem algum, nem mesmo os anjos do Senhor ou Satanás e os demônios, possuem onisciência.

As Escrituras dizem que o conhecimento de Deus é eterno, incompreensível e Sua sabedoria infinita (Sl 104:24; Ef 3:10). De fato ao homem é impossível compreender plenamente o significado da onisciência de Deus, principalmente quando se tenta relacionar sua onisciência com a questão da existência do tempo e do espaço. Muitos debates teológicos e filosóficos já foram feitos nessa área, e só serviram para demonstrar a incapacidade intelectual do homem diante desse assunto.
Seja como for, o que sabemos é que a onisciência de Deus resolve qualquer limitação relacionada ao tempo, e Sua onipresença remove qualquer problema relativo ao espaço. Diante disso, se explica a admiração dos autores bíblicos diante da capacidade do conhecimento de Deus (Sl 139:1-6; 145:5; Is 40:13,14,28; cf. Rm 11:33-36).

Também sob esse aspecto, podemos perceber nas Escrituras que quando Deus interage com o homem, em muitas ocasiões, Ele expressa seu conhecimento de uma forma com que o homem consiga entender e responder a essa interação. Por exemplo:
  1. Ele faz perguntas ao homem, como fez a Adão e Eva, ou mesmo a Caim após este ter assassinado Abel (Gn 3:8,9; Gn 4:9);
  2. Expressa pesar diante do resultado de determinados acontecimento (Gn 6:6; 1Sm 15:10,11,35; 2Sm 24:16; Jn 3:10). Muitas vezes esse pesar é representado por conceitos humanos de sentimentos, como por exemplo, o arrependimento, mas isso é apenas uma linguagem antropopática, ou seja, um recurso literário que atribui sentimentos humanos para expressar de forma compreensível um sentimento divino que não poderíamos compreender de outra forma. Logo, alguns textos bíblicos falam sobre o arrependimento de Deus, mas Deus não se arrepende.   
  3. Ele se lembra de algo, como por exemplo, em Seu diálogo com Noé após o Dilúvio (Gn 9:16). Nesse caso se repete o mesmo princípio mencionado acima, visto que o conceito humano de esquecimento não pode ser aplicado ao Deus onisciente.
De uma forma bem simples, podemos dizer que apesar de Deus conhecer todas as coisas, mesmo antes de acontecerem, Ele se expressa em termos humanos, e de certa forma “desce” no nível dos homens para dialogar com Eles. Assim, Ele aconselha, repreende, exorta, parabeniza, ensina e explica a forma com que Ele conduz a História de uma maneira que permite que o homem compreenda.
Obviamente a onisciência de Deus está diretamente associada à Sua sabedoria. Ele conhece todas as coisas não por ser simplesmente um mero espectador da História, mas porque Ele é o criador que faz, sustenta e opera cada momento e cada detalhe da História segundo o seu propósito (Ef 1:11).
Assim, o Deus onisciente conhece tudo e todos, sejam pessoas, animais, plantas e mesmo objetos, de modo que nenhum fato, pensamento ou possibilidade foge de Seu conhecimento. Ele conhece tudo em um grau infinito e não precisa obter nenhum tipo de informação, já que todo o conhecimento está em sua própria mente. Aqui também é muito útil a compreensão sobre o que é onipotência, já que esta é mais uma das qualidades de Deus.
Para os redimidos, a onisciência de Deus é um conforto que garante que nada foge do controle d’Ele, e que todas as coisas que acontecem contribuem para o bem daquele que são Seus (Rm 8:28). Já para os ímpios, a onisciência de Deus é um terrível aviso de que ninguém poderá escapar de Sua justiça, e que no dia em que Sua ira for derramada nenhum fato será esquecido (Sl 94:1-11; 1Co 4:5; cf. Rm 2:16).
 Jesus era onisciente?
Essa é uma pergunta que geralmente acompanha o estudo sobre a onisciência de Deus. Na verdade a questão sobre se Jesus era ou não onisciente já gerou muitos debates, inclusive levando alguns estudiosos a negarem a onisciência de Deus com base numa compreensão equivocada desse assunto.
Essa questão só pode ser estudada corretamente sob as verdades fundamentais das naturezas humana e divina de Cristo. Como homem, em Seu ministério terreno, Jesus adquiriu conhecimento, ou seja, cresceu em sabedoria (Lc 2:52), além de demonstrar desconhecimento em determinado momento (Mt 24:36). Entretanto, Ele também revelou um conhecimento sobrenatural em várias ocasiões (Mt 9:4; 12:25; Lc 5:22; 6:8; 11:17; Jo 16:30; 21:17).
A explicação para isso é que, em Sua natureza humana, Jesus conhece apenas aquilo que aprendeu, enquanto que em Sua natureza divina Ele é onisciente e possui o pleno e perfeito conhecimento de todas as coisas.
Por mais que isso pareça contraditório para nós na verdade não é, e apenas prova que a onisciência de Deus não pode ser medida por nossa compreensão humana (estiloadoracao.com.br).
 
3.6 A onipotência de Deus
 A palavra onipotência provém de dois termos latinos: omnis e potentia, que, juntos, significam todo poder, todo-poderoso, completamente poderoso.
Onipotência é um termo teológico utilizado para fazer referência à verdade bíblica de que Deus possui um poder ilimitado, ou seja, Deus é onipotente
A Bíblia declara: "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.” (Jó 42.2). A onipotência de Deus não significa o exercício de Seu poder para fazer aquilo que é incoerente aos Seus atributos e à natureza das coisas, como, por exemplo, fazer com que um acontecimento histórico passado volte a acontecer.
 
Então ouvi algo semelhante ao som de uma grande multidão, como o estrondo de muitas águas e fortes trovões, que bradava:
"Aleluia!,
pois reina
o Senhor, o nosso Deus,
o Todo-poderoso.
(Apocalipse 19:6)


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3.7 A onipresença de Deus 
A palavra onipresença vem do latim omni, “todo”, e praesentia, “presença” ou “presente”. Assim, onipresente é a característica de quem está presente em toda parte. Obviamente essa qualidade só pertence a Deus, e Ele não a compartilha com nenhuma de suas criaturas.
 
O atributo da onipresença significa que Deus está em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele vê todas as nossas ações e atitudes não importa o lugar onde nós estejamos (SI 139.7-12). No entanto, Deus não está presente em vários lugares com um mesmo sentido e propósito. 



(em edição)


3.8 A veracidade de Deus

 Ao longo da narrativa bíblica são manifestas Sua veracidade, que é transparecer a verdade, e a fidelidade de Deus (SI 31.5). A veracidade é um dos múltiplos aspectos da perfeição divina, pois Deus é ao mesmo tempo veraz e perfeito. A mentira não faz parte da natureza de Deus, pois ao tratarmos com Ele estamos tratando com um Ser verdadeiro e que está disposto a cumprir com todas as Suas santas e boas palavras (Jr 1.12). Fidelidade é outro aspecto da veracidade divina. Deus é fiel, pois nEle se cumprem todas as Suas promessas feitas ao Seu povo (SL 117.2).


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3.9 O conselho de Deus 

O conselho de Deus é eterno em relação ao mundo material e espiritual que abrange todos os Seus eternos propósitos e decretos, inclusive a criação e a redenção, levando em consideração o livre arbítrio do homem (Ef 1.11). A abrangência do conselho divino é limitada à compreensão do homem, mas Deus, ainda que em parte, aprouve revelar ao homem o Seu plano.

 O conselho divino é aplicado a todas as coisas em geral (Is 14.26,27) e também às coisas em particular, que estão subdivididas em naturais e espirituais. Redenção é um dos propósitos do conselho de Deus, que diz respeito à salvação do homem. Ler Efésios 1.3-5.0 propósito de Deus para com o homem inclui os seguintes elementos: a) Criar o homem; b) Prover a salvação em Cristo, suficiente para todos; c) garantir a salvação a todos aqueles que O aceitarem livre e espontaneamente; d) julgar aqueles que livre e voluntariamente rejeitarem a graça salvadora de Deus em Cristo, por meio do Evangelho. Ao surgir a Reforma Protestante, várias doutrinas foram reexaminadas e colocadas em confissões de fé. Dentre elas podemos destacar a predestinação, que foi difundida por João Calvino. Mas este ensino foi questionado e discordado pelo teólogo holandês Jacob Arminius que, segundo ele, a salvação é um ato soberano do conselho de Deus que o homem pode aceitar ou rejeitar, pois o homem é dotado do livre arbítrio. Jacob Arminius teve em John Wesley a maior expressão do seu pensamento e doutrina quanto à predestinação, como parte do conselho de Deus.

3.10 A sabedoria de Deus


 Podemos considerar a sabedoria de Deus como aspecto particular do Seu perfeito conhecimento. Faz-se necessário saber que a sabedoria e o conhecimento são distintos. Conhecimento é adquirido através do estudo, enquanto que a sabedoria é o resultado do conhecimento adquirido pela prática da vida e pela intuição. Isso é imperfeito no homem, mas em Deus se caracteriza por Sua absoluta perfeição. Ler Jó 12.13. A sabedoria de Deus estabelece uma relação com a Sua inteligência; aquela perfeição de Deus por meio da qual Ele aplica o Seu conhecimento para alcançar Seus fins, conforme a maneira que Lhe glorifica.

Podemos encontrar a Sua manifestação na obra de Criação (SI 19.1-4), na providência (SI 33.10,11) e na redenção (Rm 11.33).


3.11 A soberania de Deus


 A soberania de Deus é a soma de alguns dos Seus atributos, dentre os quais se destacam: a onipotência, onisciência e onipresença. O Criador e Sua vontade são apresentados como a causa de todas as coisas. À soberania de Deus submetem-se todos os exércitos dos céus e os habitantes da terra (Is 33.22). A soberana vontade de Deus é aquela perfeição do Ser divino, da qual por um simples ato, deleita-se em Si mesmo como Deus. O soberano poder de Deus não só encontra expressão na vontade divina, mas no Seu poder de executar a Sua vontade.

3.12 A vontade de Deus


 Como um ser existente em Si mesmo, dominador e sustentador do Universo que criou pelo seu poder, Deus é soberano e dotado de vontade própria. Sua vontade e seu querer independem de motivação exterior (SI 135.6). O querer divino envolve fatos como os seguintes: - a criação dos anjos (Ne 9.6; Cl. 1.16); - a criação dos céus e da terra (Gnl.l); - a recriação do planeta Terra (Gn 1.2-23); - a formação do homem (Gn 1.26); - a formação da mulher (Gn 2.18,21-25); - a sustentação do Universo; e - a renovação dos céus e da terra na consumação dos séculos (2Pe 3.13; Ap 21.1). A vontade de Deus concernente a Israel envolve os seguintes elementos: a chamada de Abrão para sair da sua terra; a promessa de um filho e o nascimento miraculoso de Isaque; a eleição de Jacó como cabeça da família e como pai dos doze patriarcas; a eleição de José ao elevado posto de governador do Egito, a libertação de Israel do Egito; a condução de Israel durante quarenta anos pelo deserto, até sua monumentosa entrada em Canaã, a Terra Prometida, e a preservação histórica de Israel, (apesar de rejeitar Jesus como o Messias) para fazê-la nação próspera na consumação do século.

3.13 A justiça de Deus 


Alguns teólogos conceituam que a justiça de Deus é como “uma forma de Sua santidade” ou “santidade transitiva”, termos que costumamos chamar de justiça relativa ou absoluta. A ideia principal de justiça está ligada à da Lei. Lei à qual Deus não está sujeito, mas que entre os homens ela deve ser seguida e obedecida. A justiça divina, antes de qualquer outra coisa, é governativa de Deus. Ela tem a ver com aqueles que Deus usa como governante dos bons ou dos maus. Por causa dessa virtude, Deus tem instituído um governo moral no mundo e imposto uma lei justa ao homem, com recompensa para aqueles que são obedientes e castigo para os que são transgressores (Rm 6.23). Relacionadas à justiça governativa de Deus encontram-se as justiças:

 a) distributiva (se relaciona com a distribuição das recompensas e dos castigos - Is 3.10; Rm 2.6 e IPe 1.17);

 b) remunerativa (recompensa aos homens e aos anjos - Dt 7.9,12,13; 2Cr 6.15; SI 58.11; Mq 7.20; Mt 25.21,34; Rm 2.7; Hb 11.26); c) retributiva (aplicação de castigo da Sua parte. Ê uma manifestação da ira divina-Rm 1.32; 2.9; 12.19; 2Ts 1.8).


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3.14 Bondade de Deus


 À luz das Escrituras, a bondade de Deus é tratada de duas formas: genérica e específica. Portanto, a Sua bondade se manifesta em diversos níveis, abrangendo os santos anjos, os filhos de Israel, a Igreja, etc. A bondade de Deus não deve ser confundida com Sua ternura. A ideia principal é que Ele, em todo o sentido, corresponde perfeitamente ao ideal expresso na Sua Palavra. A bondade, no sentido transcendente da palavra, mostra absoluta perfeição e perfeita felicidade em Si mesmo. A bondade de Deus para com as Suas criaturas pode ser definida como a perfeição que O leva a manter o cuidado com as Suas criaturas (SI 145.9,15,16). A bondade de Deus, quando manifestada, assume o mais elevado caráter de amor, amor que distingue aos quais se destina. Podemos definir o amor divino como a perfeição de Deus pela qual Ele é impulsionado a comunicar-se com as Suas criaturas. Deus é absolutamente bom em Si mesmo, Ele ama o homem mesmo quando ele está fraco (Jo 3.16).

3.15 A graça de Deus


A palavra graça é uma tradução do hebraico hessed, do grego charis e do latim gratia. No geral, pode-se dizer que graça é dádiva gratuita da generosidade para com alguém que não tem o direito de reclamá-la. A graça de Deus é o manancial de bênçãos espirituais concedidas aos pecadores. (Ef 1.6,7; 2.7-9; Tt2.11; 3.4-7). No entanto, a Bíblia com frequência fala da graça de Deus como salvadora, e outras vezes ela aparece com um sentido mais amplo (Is 26.10; Jr 16.13).

3.16 A misericórdia de Deus


 A misericórdia de Deus é definida como bondade ou amor de Deus para com aqueles que precisam de uma ajuda espiritual. Tratando de misericórdia, Deus Se revela compassivo e piedoso para aqueles que estão em situação de miséria espiritual e precisando de um socorro (Dt 5.10; SI 57.10, 86.15; 103.13).

3.17 A longanimidade de Deus  


Longanimidade é indicada pela expressão erek aph, significando literalmente grande rosto e também lento para ira. Na Sua longanimidade Deus contempla o pecador em seu estado de pecado, apesar das admoestaçõ.

3.18 A SANTIDADE DE DEUS

Deus é santo A palavra hebraica kadosh é traduzida por santo, e, de acordo com os dicionários teológicos, denota apartar-se ou separar-se do mal e dedicar-se ao serviço divino. A santidade de Deus significa Sua pureza moral, isto é, Ele não pode pecar nem tolerar o pecado. Uma vez que a palavra santo é separado, isto quer nos mostrar separados quanto ao espaço; Ele está no céu, e o homem na terra. Ele está separado quanto à natureza e caráter. Ele é perfeito e o homem, imperfeito; Ele é divino, o homem é humano e carnal; Ele é moralmente perfeito, o homem é pecaminoso. Deus é santo em Si mesmo. Só Deus possui em Si mesmo a santidade. Quando a palavra santo é aplicada a pessoas e objetos é um termo que expressa relacionamento com Jeová, pelo fato de estarem separados para o Seu serviço. E quando separados devem viver em consagração e de acordo com a lei da santidade divina.



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A natureza da santidade de Deus A santidade de Deus é um dos atributos transcendentais e é falada, algumas vezes, como uma perfeição central e suprema. A Bíblia enfatiza a santidade de Deus. Não associemos a santidade de Deus com os outros aspectos: amor, graça, misericórdia, etc. Podemos chamá-la de “a majestosa santidade” de Deus (ISm 2.2). Reconhece-se que a santidade de Deus é parte daquilo que está fora do alcance da razão humana, “absoluta impossibilidade de aproximação”. Santidade que faz com que o homem reconheça a sua inferioridade perante a majestade do altíssimo.


A santidade de Deus e os Dez Mandamentos Ao libertar Israel do Egito, no Sinai, Deus outorgou-lhe leis e fez com a nação uma aliança de proteção que tinha como base a Sua santidade. Proteção que acompanharia o povo e, a partir disso, Israel seria tratado de acordo com a atenção que desse aos mandamentos de Deus.

Resumo dos Dez Mandamentos (Êx 20): 1. “Não terás outros deuses diante de mim” (v. 3); 2. “Não farás para ti imagem de escultura...” (v. 4); 3. “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão...” (v. 7); 4- “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (v. 8); 5. “Honra teu pai e tua mãe...” (v. 12); 6. “Não matarás” (v. 13); 7. “Não adulterarás” (v. 14); 8. “Não furtarás” (v. 15); 9. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (v. 16); 10. “Não cobiçarás a casa do teu próximo...” (v. 17). A santidade de Deus é estabelecida em moldes compreensíveis e o interesse em Deus é revelado em comunicar uma partícula desse Seu atributo àqueles que Ele escolhe como povo Seu e propriedade Sua. Os três primeiros mandamentos expressam o “santo zelo”; o quarto lembra Israel da guarda do sábado e dia do descanso e o quinto é uma ordem para os filhos em relação aos pais.


A manifestação da santidade de Deus O homem, ao reagir perante a santidade de Deus, é tomado de pasmo e sentimento de insignificância, sentindo, assim, seu pecado. Um exemplo está em Isaías 6. 1-7. Mediante a um Deus tremendamente Santo, o homem em seu estado de “profano”, não é digno de estar na presença dEle, pois a indignidade do homem poderia manchar a santidade de Deus. Revelada na lei moral manifesta nas consciências, a santidade de Deus ela é gravada por Deus nos corações e revelada através da Sua Palavra. A mais sublime revelação da santidade de Deus está em Jesus Cristo, a quem a Bíblia apresenta como “O Santo e o Justo ” (At 3.14). Vemos também a santidade de Deus através do corpo vivo de Cristo, revelada na Igreja.


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